sexta-feira, 26 de junho de 2009

Trem do Pantanal

"Enquanto esse velho trem atravessa o pantanal, as estrelas do cruzeiro fazem o sinal, de que esse é o melhor caminho pra quem é como eu, mais um fugitivo da guerra...

Enquanto esse velho trem atravessa o pantanal, o povo lá de casa espera que eu mande um postal, Dizendo que eu estou muito bem vivo, rumo a Santa Cruz de La Sierra...

Enquanto esse velho trem atravessa o pantanal, só meu coração está batendo desigual. Ele agora sabe que o medo viaja também sobre todos os trilhos da terra, rumo a Santa Cruz de La Sierra, sobre todos os trilhos da terra ..."

Os versos de Almir Sater dão o tom e fazem a trilha sonora que mais combina com esse post, sobre um passeio que volta agora, em 2009, e que tenho certeza, ainda vai virar febre nacional: o trem do Pantanal.




O Trem do Pantanal é o nome dado à linha ferroviária que se localiza nos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. Durante 81 anos, fez sua travessia pantaneira pelo Mato Grosso do Sul, até a fronteira com a Bolívia. Funcionou até 1995, ficando apenas o transporte cargueiro. Em 2006, a linha foi adquirida pela ALL, que a comprou do grupo americano Noel Group, até então administradora do trecho. Como já evidencia o nome, a ferrovia passa pela região do Pantanal, uma das áreas mais lindas do mundo.

Esta linha já funcionou fazendo os trechos São Paulo - Bauru, Bauru - Corumbá e Corumbá - Bolívia, conduzindo passageiros com a função de turismo ou de comércio de exportação. É considerada um dos meios de transportes menos impactantes do ponto de vista ambiental, pois se encontra totalmente construída há mais de meio século, e o eixo viário permite o acesso à Bolívia, Peru e Chile. Esta ferrovia permite a integração sócio-econômica ao bloco regional do Mercosul.



O trem do Pantanal recomeçou suas aventuras no dia 8 de maio de 2009, a partir de então passou a percorrer 220 quilômetros parando em quatro estações: Campo Grande (partida), Piraputanga (onde faz uma pequena parada), Aquidauana (para o almoço) e Miranda (chegada ao fim do dia, após sete horas de viagem). A segunda fase da implantação do trem do Pantanal irá estender o percurso até a cidade de Corumbá, na divisa com a Bolívia.
A sua volta é um resgate cultural para o estado do Mato Grosso do Sul. Atualmente vinha sendo usada para transporte de carga, e para ser usado no transporte de passageiros era necessário melhorar os trilhos e adequá-lo ao uso para o turismo. A velocidade média tem de ser de 35 km/h, nem muito devagar para não cansar o passageiro, mas numa velocidade que permita que ele tire fotos.
Administrado pela mesma concessionária responsável pela operação dos trens turísticos Curitiba-Paranguá (na Serra do Mar), e Great Brazil Express (trem de luxo), ambos no Paraná, o Trem do Pantanal foi desenhado para atender ao viajante internacional, mas será de interesse também do brasileiro.O Trem do Pantanal será composto por nove vagões, incluindo restaurante e bagageiro, com capacidade total para aproximadamente 400 passageiros. Os pacotes serão comercializados pela empresa oficial dos trens do Paraná. Os valores das passagens ainda não foram definidos, mas devem regular com o preço cobrado pelo bilhete cobrado no trem da Serra do Mar.




Atrações no roteiro do Trem do Pantanal

Em Campo Grande, o passeio pode começar antes do embarque, visitando a Casa do Artesão e no Memorial da Cultura Indígena, uma construção toda de bambu localizada na Aldeia Urbana Marçal. Com janelas panorâmicas, os vagões darão a oportunidade ao passageiro de observar espécies típicas pantaneiras, como as araras-azuis e outras de diversos tons até a próxima parada em Aquidauana, passando pelos rios Miranda e Aquidauana.

A primeira parada é em Aquidauana, fundada em 1892 por coronéis e pelo major Teodoro Rondon, e que foi a mais desenvolvida do antigo estado do Mato Gosso. E era justamente a estrada de ferro que impulsionava o mercado regional. Na cidade, a Biblioteca Municipal, na Praça Afonso Pena, serve de palco para eventos típicos. A Igreja Matriz Imaculada Conceição, de estilo gótico, se apresenta logo na entrada da cidade e também merece uma visita.

Na parada para o almoço do passeio de trem, as opções ficam entre uma suculenta feijoada de pintado ou um prato à base de carne branca, pescada das águas doces da região. Para quem quiser estendera a estada, os visitantes que podem ainda optar por passeios de barco, trilhas, cavalgada, caminhadas e focagem noturna para avistar os animais silvestres.

De volta aos trilhos, a jornada termina em Miranda, onde a atividade pesqueira é forte, inspirando a culinária. Aqui se destaca também a produção artesanal dos índios Kadiweu. As aldeias indígenas podem ser visitadas, a cinco quilômetros de distância do Centro. E depois de 2010, quando a segunda parte do trecho até Corumbá tiver sido construída, um velho sonhos de mochileiros do mundo inteiro voltará a ser viável: a viagem pelo trem do Pantanal até Corumbá, e de lá, trocando pelo lendário trem da Morte, até Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para então ter inicio o famoso “mochilão” Bolívia/Peru, terminando em Machu Picchu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Diiiii,
Que tudo que o trem do pantanal vai voltar! Sempre tive vontade de fazer esta viagem... acho que vai ser bem mais interessante assim!
Obrigada pela novidade...
Bjs, Jana.

Anônimo disse...

Nossa!!!
Eu e meu namorado estavamos planejando esta viagem inspirados justamente nessa música de Almir Sater, sem nem ao menos saber que só seria possível em 2010.
Queremos pegar o trem, atravessar o Pantanal e chegar em Santa Cruz de la Sierra...
Teremos que esperar um pouco mais...
Obrigada pela dica...
Luciana