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sábado, 9 de janeiro de 2010

Clientes "malas" - Não seja um!!!



Desabafo: Ainda bem que Deus me livra da maioria destas pragas: clientes - malas. Que na maioria das vezes são pessoas INJUSTAS, MAL INTENCIONADAS, DE CARÁTER digamos assim... DUVIDOSO!

E infelizmente, no Brasil (acho que é pior) existe muita gente assim...

Não posso me esquecer de um caso que ouvi de um super profissional da área (de TURISMO), o Sassá, lá de Alto Paraíso de Goías, que me contou uma vez, que estava "guiando" uma dessas "peças" picaretas, isso mesmo, existem clientes picaretas sim, e essa "maldita" disse a ele:

- Eu não pago nenhuma viagem. Nunca!!!

- Como assim??? (Ele mais curioso do que tudo, pois não sabia a resposta mau carater que iria receber de volta...)

- Não pago. Dou um jeito de sempre arrumar, inventar um problema durante a viagem, e processo a empresa depois...  (?????????????)

O que você faria diante de uma resposta destas?!?!?!

Bom, eu no lugar do Sassá, (não me lembro o que ele fez ao ouvir isso), mas eu não teria mais um minuto de sossego para trabalhar.

Enfim... Teve o caso do Paulo, então gerente de uma das filiais CVC do Brasil, que teve que ir em uma audiência de um casal de clientes que estava processando a CVC, pois foram para Porto Seguro, e alegaram que o agente da própria CVC não avisou que eles não poderiam beber agua da pia do hotel. (Precisava avisar isso???)

Como ninguem os avisou, eles beberam, arrumaram uma virose, segundo eles a culpa foi da água, mas vai provar... e por causa disso, passaram boa parte da viagem vomitando e... (vcs imaginam) e por isto tiveram a lua de mel frustrada, e por isso queriam processar a CVC e ter todo o dinheiro de volta. É óbvio que o juiz do caso riu... E se eu fosse ele, ja sugeriria à pobre da moça que se divorciasse, pq esse cara com quem ela se casou, deve ser o maior mala do muuuuuuuuundo!!!

Bem, exageros à parte, tem os casos comuns, corriqueiros da agencia, que funcionam mais ou menos assim: o cliente chega, quer o preço do pacote mais barato que existe....

A justificativa, ele tem na ponta da lingua: "Não, não vou ficar em hotel, hotel é só prá dormir, piscina??? prá que, se tem o mar na frente... conforto? capaz.... precisa não.... ar condicionado??? isso é luxo. Não tenho nem em casa, pra que vou querer ter em hotel??? etc, etc, etc...

Mas quando voltam, ou pior, enquanto ainda estão em viagem, ligam de lá, mandam emails absurdos, abusivos, dizendo que foram lesados, querendo trocar de hotel, querendo coisa melhor, que o hotel é ruim, que a piscina é pequena (não era nem para ter), que o ar condicionado é fraco... Eu pedi coisa simples, mas coisa boa.... (Como se isso existisse - simples, bom e barato). Epor aí vai... É claro que as reclamações vem exaltadas, e na maioria das vezes, com ameaças de processo, de "vou entrar no Procon", tenho meus direitos, etc etc etc...

(Oh meu anjo da guarda, livrai os bons agentes de viagem deste tipo de passageiro... ninguem merece, quer dizer, deixa eles pras agencias picaretas, estas sim...)

Vai la: simples e bom pode até ser, mas é raro.... rarissimo... e quando tem, nao é tão barato assim, pq o dono do estabelecimento sabe o valor do serviço que presta.

Enfim... Toma tento... Não seja injusto, mau carater!!! Pense nisso antes de contratar um serviço de um agente de viagens.

Se vc pedir coisa simples, barata, vc vai ter coisa simples, barata... E talvez até ruim!!! (Pelo seu julgamento). Mas lembre-se: foi o que você pediu!!!

P.S. É claro que existem casos e casos. Agencias e agentes picaretas, que lesam mesmo... Mas que na maioria, a responsabilidade é SUA, cliente, põe a mão na consciência... que é meeeesmo!!!!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Mickey de luto... o caso da menina que morreu no avião depois de conhecer a Disney


Ai gente... É com uma enorme dor no coração que eu abordo este assunto, mas acho que é importante falar sobre isso, porque devemos aprender com as experiênciasdas outras pessoas, e discutir também a questão das responsabilidades nestes casos né?! Muita gente já perguntou a minha opinião sobre o assunto, então lá vai:
Tenho ouvido muita gente (inclusive famosa - estou até chocada com certas opiniões) "descendo o pau" nas guias da Tia Augusta Turismo, tentando a todo custo, responsabilizar a empresa (e não os médicos, pais, companhia aérea, o acaso... etc). Pode até ser que depois de algum tempo se comprove que elas foram as maiores responsáveis mesmo (o que acho difícil, mas darei o braço a torcer, se for o caso). Mas se isso não for comprovado, lembram-se do episódio daquela escolinha que teve o nome enxovalhado por uma FALSA acusação de pornografia infantil com seus aluninhos? Depois das investigações, ficou provado que era tudo mentira, mas a vida dos donos e sua reputação como educadores já havia sido destruída.
Por outro lado, me coloco no lugar das guias, já que por tantas vezes realizei este trabalho, de levar jovens desacompanhados para a Disney. Me lembro da festa, das alegrias, do carinho que ficava entre nós (guias - pelo menos com a gente era assim, pq é óbvio que existem guias malas). A gente cuidava prá valer, com todo amor do mundo de tudo: questões práticas, financeiras, romances entre eles, e principalmente da saude.
Quantas vezes tive que tomar a dificil decisão de deixar um guia no hotel junto com um passageiro menor (ou mesmo eu mesma ficar junto com ele), para exatamente se esperar ele se recuperar de uma virose, um resfriado forte ou mesmo levar ao hospital para cuidar de uma alergia ou de uma infecção causada pela pedicure de alguma menina... (antes de viajar, ainda no Brasil, muitas iam a manicure e pedicure pela primeira vez).
Gente, era dificil tomar esta decisão... "Será que não estou sendo exagerada?", "Ligo ou não para a familia, não vou preocupar à toa?", "Mas e se ele perder este parque, será que algum dia vai ter a possibilidade de voltar para conhecer?", "O pai passou 5 anos juntando o dinheiro e pagando a viagem parcelada... eu tenho o direito de impedir que este sonho seja realizado plenamente?" Vida de guia na Disney com passageiro doente não é nada fácil...
Mas voltando ao que interessa... Eu acho que muitas acusações muito graves, e pior, sem provas ou mesmo evidências AINDA estão sendo feitas. É preciso deixar que as averiguações sejam feitas pelas autoridades competentes. No meu ver, as guias não foram negligentes (pelo que vi até o momento) em relaçao aos cuidados com a menina. Elas fizeram exatamente o que tinha que ser feito: acionar o seguro, médicos e levar para o hospital. Elas nao sao medicas, nao tem competencia para ministrar cuidados medicos a ninguem.
Para mim é muito mais evidente a responsabilidade do médico, do hospital que liberaram a adolescente, deram alta, no estado em que ela se encontrava (se é que se encontrava em estado tão EVIDENTE). É mais do que óbvio que a GRANDE responsabilidade é deles, eles seriam as pessoas adequadas para cuidar disso.
Talvez o maior erro das guias, se é que foi assim mesmo, foi não ter avisado aos pais da menina sobre os acontecimentos: primeiro sobre o mal estar, e depois, sobre o diagnóstico de pneumonia. Mesmo que não tenham feito isso somente para não preocupar os pais (sendo que a situação demandava preocupação SIM). Mas daí, a acusar de negligência, culpa-las pelo fato é um longo caminho, uma grande diferença.
Nao sou dona da verdade, nem tenho o poder de dizer o que teria acontecido ou não se esta ou aquela providencia tivesse sido tomada, mas estou inclinada a acreditar que se as guias tivessem avisado a familia da menina sobre uma gripe e um mal estar, ou mesmo sobre pneumonia ou gripe suina, a familia iria dizer exatamente para levar para o medico. E no caso de um diagnostico de pneumonia, muito provavelmente (qq pessoa de bom senso faria isso) a familia iria seguir as orientaçoes do medico e não embarcar correndo para os Estados Unidos para cudiar da filha. Se o medico liberou, que venha entao para a familia o quanto antes. Se é que havia indicios reais de uma doença grave, a responsabilidade é 100% do medico e do hospital. As guias não tinham o que fazer a não ser confiar e seguir a orientação da autoridade medica.
Pode ser ainda que a doenca tenha sido silenciosa e evoluido mto rapidamente, como especialistas já constataram ser totalmente possível de acontecer. Quem pode saber isso neste momento?
É mais que evidente que a menina deveria voltar ao hospital se piorasse o seu estado de saude. É obvio e evidente que este seria o procedimento correto. Mas pelo que acompanhei pela TV, não deu tempo. Tudo aconteceu no final da viagem. E na manhã do retorno, ou seja, no dia em que a menina faleceu, ela acordou bem disposta, tomou café da manhã e foi arrumar as malas.
O estado de saude só foi ficar critico mesmo durante a conexão ou o voo do Panama para o Brasil. Acredito (pq nao sou expert nestes assuntos) que se a menina recebeu alta, é sinal de que a mesma estaria liberada para suas atividades normais, devendo apenas ser observada, e retornada, caso piorasse.
Ninguem imaginava (eu não imaginava, pelo menos até este episódio) que em pleno Séc XXI, uma menina saudavel (?) viria a falecer, em questao de horas, por causa de qq doença que seja.
É claro que os guias são os representantes da empresa e também os responsáveis diretos pelos adolescentes e cabe a eles sim a responsabilidade de cuidar e zelar por eles. Mas sinceramente, não vejo onde ou quando isso não tenha sido feito.
Por não terem discutido com a autoridade médica impondo a permanência da menina no hospital? Por não terem avisado a familia para dar a chance dos pais irem busca-la nos Estados Unidos? Eles iriam mesmo, tendo os medicos atestado o que atestaram?
Por terem seguido as recomendações dos médicos, sem imaginar que o estado de saude era tão grave? Mas se era tão grave, os medicos não deveria ser os primeiros a atestar isso e prever e gerenciar os riscos???
Quem é mais preparado para isso? Os médicos ou os guias?
Hmmm... que mais? Por não terem impedido o embarque da menina? Por não terem levado a menina ao hospital durante a conexão? Por não terem uma UTI abordo do avião? Por não terem exigido a presença dos pais para decidir o que fazer?!
Meu Deus, são tantas conjecturas. Mesmo se esta menina não tivesse viajado, não teria morrido dentro de casa com o mesmo mal que a acometeu? Não poderia ter sido vitima da nova gripe mesmo, ter pego este virus aqui no Brasil e morrido em questao de horas, pois se o processo foi tão violento, mataria de qq modo, aqui ou lá... De quem seria a culpa? De quem seria a responsabilidade neste caso?
Fatalidades (?) acontecem. Nem tudo está sob o controle ABSOLUTO do homem. Não sei se estou certa ou errada, mas tenho certeza que depois que a guerra termina, é muito fácil tomar a posição de general e determinar tudo o que deveria ou não ter sido feito!
A responsabildade ou mesmo culpa, pode estar onde MENOS se imagina...
Que Deus abençoe a familia e dê conforto neste momento tão triste.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

A Paranóia da Gripe suina


Ai gente....
Como profissional da área, confesso que não suporto mais esse climinha de pânico em torno de uma simples gripe... Até o tom dos jornalistas nos telejornais estão me dando nos nervos. E as dúvidas das pessoas: "cancelo minha viagem ou não?" "Ah decidi cancelar a ida para Bariloche e resolvi ir para Cancun" (gente, eu ouvi isso SIM; dá prá acreditar?)
A gente... fala sério! Esse povo paranóico vai acabar pegando essa gripe dentro de casa, já que o vírus ja se espalhou mesmo. Em um dos meus blogs preferidos, o VIAJE NA VIAGEM, do Ricardo Freire, tem uma discussão EXCELENTE, cheia de comentários inteligentes, alguns super espirituosos.
Algumas das pérolas que mais gostei de ler:
"Sabe o que é engraçado de tudo isso? Se esse vírus tivesse aparecido numa época em que a ciência ainda não fosse capaz de isolar e identificar agentes transmissores novos de doenças infecciosas, as pessoas estariam viajando numa boa, pegando gripe (sem saber se o vírus era novo ou não), e voltando para casa dizendo: Hmm, aquela “friagem” que eu tomei na Recoleta me fez mal. Que gripe! Mas valeu a pena!"
Aí, um leitor comenta:
"Fácil falar assim. Evitar viajar com crianças e idosos! Mas eu tenho minha sogra de 82 anos e minhas filhas de 10, 8 e 5 anos em casa. Cancelei a viagem a Porto Alegre neste fim de semana em função de ser uma área com muitos casos no Brasil. Não acho justo ter que arcar com 320,00 de multa pelo cancelamento. É um caso de saúde pública. Fiz uma consulta a ANAC para recuperar a multa e vou ao Procon para reclamar."
Respostas: "É uma g-r-i-p-e. G-r-i-p-e. Igual a todas as gripes que acometem os humanos todos os invernos. Não há nenhuma recomendação de nenhum órgão de saúde para não se viajar ao Rio Grande do Sul."
Mais uma: "Independente da gravidade da doença (que, olhando os números de modo frio, apresenta-se menos ‘letal’ do que ir ao Rio de Janeiro e contrair dengue hemorrágica), as companhias nào são obrigadas a abrir mão da multa. Elas fazem isso com destinos internacionais por mera ação de preservação ou melhoria da sua imagem institucional. Surtos de doença entram no caso de “força maior”, além dos controle das cias., e elas não são obrigadas a deixarem de cobrar multa *legalmente*. Este raciocínio presume que os vôos sejam oferecidos normalmente. A opção de não ir a Porto Alegre é, em tese, do passageiro, já que não há proibição de viagem a nenhum lugar nem do Brasil, nem do mundo, emanada das autoridades brasileiras. Legalmente, é uma decisão individual voluntária de não viajar."
"É isso aí, acho que você está coberto de razão… Aliás, gripe é um troço chato pra caramba, mas, se for pra pegar, que seja numa friagem na Recoleta e não trancado em casa - e de máscara!!!" -Sensacional esta!
Me esbaldei: é tudo o que eu queria falar pra um monte de gente, mas que fiquei meio sem jeito, com receio de ser mal interpretada.
Tendo um tempinho, acesse aqui: http://www.viajenaviagem.com/2009/07/gripe-suina-ministerio-da-saude-responde-duvidas-no-twitter/ e tenha ótimas informações!
Beijo tchau!!!!!!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A (polêmica) temporada de Cruzeiros Maritimos na Costa Brasileira


Na atual temporada de verão no nosso país, não se fala em outro tipo de viagem, que não seja "cruzeiros marítimos". Na 4 Estações, mais da metade de todos os passageiros que embarcaram em Janeiro e ainda vão embarcar em Fevereiro e Março, optaram por passar suas férias em alto mar... Um sucesso absoluto. A coqueluche do momento em Turismo. Todo mundo quer fazer um cruzeiro... E já tem gente comprando pacotes para viajar na temporada 2009/2010.Diante da crise econômica e do conseqüente aumento do dólar, muitos brasileiros substituíram a viagem ao exterior por uma viagem no Brasil, ou no máximo até a Argentina (e pelo mar), especialmente depois de examinar a relação custo-benefício oferecida pelos navios que navegam em águas brasileiras e do Atlântico Sul. O preço dos cruzeiros inclui hospedagem, alimentação, bebidas (no caso de uma das operadoras, até mesmo as bebidas alcoólicas), entretenimento e muitos outros atrativos.

Catorze transatlânticos (todos com bandeiras estrangeiras) estão fazendo a alegria dos turistas brasileiros, que devem chegar meio milhão de pessoas até o final da temporada 2008/2009, iniciada em novembro passado e que se estenderá até abril. Esse número significa um crescimento médio de 25% em comparação com a temporada anterior (2007/2008).

Ao final da alta estação, terão sido realizadas 235 viagens de cruzeiro na costa brasileira!!! Está achando os números impressionantes? Veja mais: Vinte e quatro destinos estão sendo visitados pelos navios só na costa brasileira: Angra dos Reis, Belém, Búzios, Cabo Frio, Fernando de Noronha, Florianópolis, Fortaleza, Ilha de Jaguanum, Ilhabela, Ilhéus, Itajaí, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Paraty, Porto Belo, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Santarém, Santos, Vitória e Ubatuba. Sem contar Punta Del Este no Uruguai e Buenos Aires.Mas toda esta "festa", tem causado uma polêmica repercussão, que vem questionando e colocando em risco o sucesso de uma das atividades turísticas mais promissoras do país nos últimos tempos, já que cinco pessoas morreram a bordo ou no retorno de viagens de navio, desde que a temporada começou. Um número considerável de turistas também passou mal, a maioria com sintomas de intoxicação alimentar. Além disso, imagens de jovens bêbados, drogados, totalmente fora de controle dentro dos navios estão sendo veiculadas em telejornais, programas de TV e na Internet, dando uma falsa impressão que a coisa está generalizada, que todo cruzeiro tem problemas (não é bem assim – muito pelo contrário). Todos estes lamentáveis incidentes estão preocupando o setor e se tornaram foco da mídia nas últimas semanas.

Antes de mais nada, é importante esclarecer que existem dois tipos de cruzeiro: os comuns (abertos) e os temáticos (fechados). Os cruzeiros comuns, chamados também de “familiares” podem ser adquiridos por qualquer pessoa, em qualquer agência de viagens no país. São conhecidos também como cruzeiros de férias e são os preferidos por famílias que querem viajar juntas ou com as crianças e também por casais sem filhos ou em lua de mel.

Já nos cruzeiros temáticos (fechados), as companhias proprietárias dos navios ou em alguns casos, agências de promoção e eventos, escolhem determinadas datas de saída, definem um tema (como beleza, gastronomia, moda...) ou um determinado tipo de público que querem atingir e comercializam os pacotes somente para este público. É o caso dos cruzeiros onde se apresentam artistas – nesta temporada, o "Rei" Roberto Carlos, a dupla Zezé di Camargo & Luciano e o cantor Fábio Junior, que já haviam se rendido à moda dos cruzeiros em temporadas anteriores, vão se apresentar mais uma vez. Também fazem parte deste grupo, os cruzeiros destinados ao público GLS (gays, lésbicas e simpatizantes), aos solteiros e descasados, aos universitários... Também são considerados temáticos, as micaretas em alto mar, conhecidas como “Carnavio” e os cruzeiros destinados a profissionais, que funcionam como uma espécie de congresso; ou ainda programas de TV, como o “Pânico no Navio”, que já foi realizado várias vezes na costa brasileira.

Outra informação importante é que os cruzeiros comuns ou familiares representam mais de 85% das viagens nesta temporada. Ou seja, o número de cruzeiros temáticos é infinitamente menor. E obviamente, os problemas que podem vir a surgir em um cruzeiro marítimo, também vão variar conforme o público participante, embora existam aqueles riscos comuns a todo tipo de cruzeiro.

O site da revista Veja (Veja.Com) tomou a iniciativa, saiu em busca da opinião de especialistas e trouxe esclarecimentos bastante interessantes acerca do polêmico assunto. De acordo com os experts ouvidos pelo site, não há nenhuma causa específica que explique os incidentes ocorridos até o momento, já que as mortes foram comprovadamente acidentais e não representam uma tendência especialmente preocupante. Ainda assim, eles dizem que a discussão do assunto pode ser uma excelente oportunidade para alertar quanto aos riscos existentes nesse tipo de passeio, que podem ser minimizados, ou reduzidos a um número próximo de zero, se o assunto for tratado com a seriedade necessária.

Especificamente no caso dos cruzeiros universitários, dentro dos navios, é muita gente reunida num espaço relativamente pequeno, em alto mar, longe de tudo, com recursos limitados, sem fiscalização adequada ou policiamento, o que pode gerar uma sensação de liberdade excessiva, já que a maioria esmagadora é de cruzeiristas muito jovens, com menos de 25 anos de idade.

Um aspecto importante que há de se levar em consideração neste tipo de cruzeiro, é o comprovado excesso de bebidas alcoólicas e drogas dentro dos navios. (Este problema é muito menor nos cruzeiros familiares). Segundo opinião de órgãos fiscalizadores, muitos dos jovens brasileiros chegam ao navio e se vêem longe dos pais, sem ter que dirigir, clima de oba-oba, influência dos amigos e acabam abusando. Para conseguir entrar com drogas nos navios, os turistas chegam a usar métodos utilizados por criminosos em presídios. E mesmo que não se permita a entrada de bebidas alcoólicas vindas de fora, quando alguém porta algum frasco com liquido, a tripulação dos navios cheira para ver do que se trata.
De acordo com o chefe da delegacia de polícia marítima de Santos, existem mulheres que chegam ao absurdo de embarcar nesses cruzeiros com comprimidos de ecstasy escondidos nas roupas íntimas. O porto da baixada santista, assim como o do Rio de Janeiro, é privatizado e conta com infraestrutura e equipamentos semelhantes aos de aeroportos. O terminal faz investimentos em tecnologia e tem postos da Polícia Federal, Polícia Civil e Receita Federal. Nos dias de maior movimento, a operação conta com o reforço de cães farejadores da guarda portuária, que auxiliam na verificação das bagagens, segundo informações da Concais, empresa responsável pelo porto de Santos.

Só que não adianta nada uma estrutura destas, se não houver revista nas escalas turísticas. A fiscalização realizada durante as paradas em outros portos é promovida pela própria tripulação do navio. Se o passageiro desce e compra droga, na volta ele entra com muita facilidade. É muito fácil esconder uma pílula. É preciso modernizar, adequar melhor os demais portos brasileiros onde aportam navios de cruzeiro.

Falou-se muito também no caso da intoxicação alimentar de 400 pessoas em um dos cruzeiros (este, familiar). Mas depois foi comprovado que se tratava de um vírus, que tem os mesmos sintomas de gripe, algo normal de acontecer em lugares fechados e cheios de gente.

Considerando a hipótese de um vírus, podemos pensar que este seria um risco comum a qualquer cruzeiro, seja ele familiar ou universitário. Sendo assim, não seria interessante ouvir a opinião da ANVISA?! Pois bem, em nota oficial, a AVISA afirma que todos os navios que vem para as temporadas de cruzeiro no Brasil, são bem vistoriados sob pena de multa, antes de começarem uma viagem. As embarcações são inspecionadas obrigatoriamente no primeiro ponto turístico internacional do país, na entrada do navio em território nacional e também no último porto turístico internacional, antes de sair do país. A ANVISA afirma ainda que os navios de cruzeiro também são reinspecionados em outros portos, justamente para evitar que algum vírus seja propagado durante a viagem. Quando é encontrada qualquer irregularidade, a embarcação fica retida no porto até sua regularização, o que representa um enorme prejuízo para as companhias de navio, que tem um cronograma rígido de datas e horários a seguir, para realizar todas as excursões da temporada. Além da multa, é claro!

A posição do presidente da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar), Eduardo Nascimento, é de que este é o primeiro ano que estes incidentes ocorrem em navios no Brasil, mas por outro lado, nunca se transportou tanta gente em cruzeiros marítimos. Segundo a Abremar, não cabe ao navio fazer exames médicos pré-embarque. A recomendação é que passageiros doentes não viajem, mas alguns insistem, e aí correm esse risco.

Excluindo-se os fatos lamentáveis das mortes, é até positivo que toda esta repercussão resulte nestas discussões. Embora seja importante esclarecer os pontos que abordamos aqui, para que não se corra o risco de se rotular qualquer viagem de navio como "arriscada" ou algo que deva ser evitado. Não tenho em mãos os números exatos, mas só na nossa cidade, entre 150 e 200 pessoas (pelo menos) realizaram viagens em cruzeiros familiares e temáticos na costa brasileira, somente nesta temporada, que tem sido foco de tanta polêmica. E até o momento, só tenho ouvido muitos elogios a este tipo de viagem.

O Brasil ainda está dando os primeiros passos neste segmento: o de cruzeiros marítimos. Por isso, torcemos para que o assunto seja exaustivamente discutido, e que medidas sérias sejam tomadas para evitar qualquer incidente, que a fiscalização seja mais abrangente, e que sejam feitas exigências aos navios, aos portos, às operadoras organizadoras dos cruzeiros familiares ou temáticos e também às agências de viagem, para que conscientizem e preparem bem seus passageiros antes de embarcarem em navios.

Quem já participou de um cruzeiro (onde tudo deu certo - felizmente, a grande maioria pode afirmar isto) sabe o quanto é divertido, relaxante e inesquecível uma viagens dessas. Queremos todos continuar embarcando com nossos amigos e familiares para desfrutar de dias maravilhosos de férias em alto mar.